domingo, 24 de janeiro de 2016

Uma droga que desperta temporariamente os recém-mortos


Muitos de vocês devem ter ouvido sobre o sonífero mais prescrito no mercado. Ele se chama Ambien. A versão genérica é chamada de Zolpidem. Muitos podem até estar tomando-o.

Quando Ambien (da indústria farmacêutica Sanofi-Aventis) foi comprovado pelo Conselho de Alimentos e Medicamentos em 1992, os médicos o considera uma melhoria significante em relação aos soníferos anteriores como Halcion, que era relacionado a suicídeos e surtos psicóticos e havia sido proibido em varios países.
Mas o Ambien causou alguns efeitos colaterais bastante sérios e bizarros em algumas pessoas, incluindo sonambulismo, comer dormindo e até mesmo dirigir dormindo. Isso resultou em pessoas entorpecidas por Ambien dirigindo dormindo, causando acidentes e sendo presas por condução prejudicada. Em seguida surgiram ações judiciárias coletivas, nas quais os advogados chamaram os requerentes de “Zumbis de Ambien”.
MarieClaire.com diz:

“Quando Ambien foi introduzido no mercado pela primeira vez, sua bula incluía avisos de que sedativos hipnóticos podem causar pensamentos anormais, comportamento estranho e alucinações. O sonambulismo foi citado como uma ocorrência rara, afetando menos de um entre 1.000 pacientes. A informação prescrita não mencionou centenas de relatos inquietantes dos usuários que tomavam Ambien antes de dormir apenas para perceber mais tarde que enquanto estavam em uma espécie de transe do sono, eles atacavam os minibares de seus hotéis, gastavam milhares de dólares em mercadorias on-line, faziam ligações ou respondiam e-mails; coisas das quais eles não se lembravam quando acordavam no dia seguinte. Tinham apenas evidencias como embalagens espalhadas ao redor de suas camas, faturas de sites estranhos, mensagens de voz e de texto de amigos perplexos.”

No início das ações coletivas e de mais de uma dúzia de incidentes oficialmente notificados de pessoas dirigindo dormindo, o Conselho de Alimentos e Medicamentos concordou em tomar algumas medidas. Em 2007, ele determinou que houvessem advertências mais claras em relação ao sonambulismo ao volante e um estudo clínico foi solicitado. É claro que este estudo nunca aconteceu. Apesar do Conselho exigir um aviso de que o Ambien pode causar sonambulismo ao volante, ele não exigiu nenhum estudo ou teste clínico para verificar realmente a conexão. E como a possibilidade de dirigir dormindo já é divulgada nas letras miúdas, o fabricante do medicamento não pode ser legalmente responsabilizado quando isso acontece.
Mas há muito mais na história do Ambien.
Despertando os recém-mortos
O primeiro relato de um despertar com Zolpidem/Ambien veio da África do Sul, em 1999. Três anos antes, Louis Viljoen, uma criança, entrou em coma após ser atingido por um caminhão. Em seu estado vegetativo, ele costumava agarrar seu colchão durante a noite. Os médicos suspeitavam da possibilidade dele sofrer de insônia e o prescreveram Zolpidem. Vinte minutos após sua mãe moer a pílula e dar a ele, ele acordou, disse “Olá Mamãe” e conseguia mover seus membros e músculos faciais. Algumas horas depois, ele v
oltou a não reagir. Mas no dia seguinte, e por muitos dias após isso, o Zolpidem o reviveu, algumas horas por vez.
Os médicos ficaram muitos surpresos. Com o passar do tempo, seus despertares se esticaram de algumas horas para dias inteiros. Eventualmente, ele não precisava mais de Zolpidem.
Outros incidentes ao redor do mundo começaram a ser registrados sobre este efeito paradoxo da droga. O Ambien e o Zolpidem não funcionavam com todos, mas quando funcionavam, costumavam ter efeitos intensos.
Esses despertares aconteciam, independente do estado em que estava o cérebro. Se o paciente sofreu sérios danos cerebrais, ele despertava ainda com os danos. Ele podia apresentar problemas para andar ou falar. É como se a droga forçasse a consciência, independente do estado do cérebro.
Só se pode imaginar uma variação futura desta droga em um paciente completamente morto. E é aí que ela fica realmente interessante.
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